Fabiana Bertotti

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A melhor mãe do mundo

comportamento 3 de janeiro de 2019 20 fabianabertotti

este sorrisinho safado de quem foi pego mordendo o giz da lousa

O bebê dorme agora, depois de uma luta com o sono na qual me saí vencedora. Acho. Já coloquei roupa para lavar, preparei as coisas para adiantar o almoço, como picar, triturar e todos os barulhos que não quero fazer enquanto ele dorme. Varri a casa, recolhi os brinquedos do chão para não pisar de novo num dos carrinhos barulhentos que brotam no chão toda vez que olho. Escovei os dentes, os cabelos, tirei o pijama, lavei a louça do desjejum, preparei a lista do mercado pra o marido trazer na volta do trabalho, pensei nas refeições da semana e adiantei os jantares de hoje e amanhã para o Theodoro não repetir os mesmos nutrientes seguidamente. Me olhei no espelho, contemplei uma nova linha de expressão (tenho certeza que não estava aqui na sexta passada). Preciso pintar o cabelo, ou abandonar de vez este hábito, vício ou ditadura, seja lá como você chama isto na sua casa. Sentei um instante, verifiquei o horário e me dei conta de que ainda me restavam 50 minutos, se o bebê dormisse a 1h30 habitual. Hora de escrever.

É assim a minha rotina. Escrevo para me reconhecer de novo, para me comunicar com o mundo, para salvar minha sanidade e também um pouco por vaidade. Algo como: “caramba, dou conta de tudo sozinha e ainda consigo escrever!”. Ok, nem tão sozinha, tenho um marido maravilhoso que cumpre bem o seu papel e nem escrevo mais tanto assim. Mas não é hora de diminuir meu dotes, nem minhas pequenas vitórias. Ainda escrevo. Não com o o mesmo ritmo, jamais sobre os mesmos assuntos (ah, filho, se você soubesse como catalisou meus pensamentos e emoções e como assim mesmo eles se ampliaram tanto!). Mas escrevo. Escrevo porque amo, porque é parte de mim e é como se eu abraçasse cada amiga mãe e dissesse, vem comigo, vamos fazer algo mais que trocar fraldas, preparar refeições balanceadas ou treinar o novo prêmio Nobel do jardim de infância.

Ser mãe é assustadoramente maravilhoso. E o assustadoramente que pode repelir as incautas se faz necessário uma vez que te tirar do eixo e ter vertigens enquanto amamenta na madrugada ou já não se sabe o dia da semana parece não fazer sentindo associado a “maravilhoso”, mas é. Não vou gastar meus poucos minutos tentando explicar para quem não vai conseguir entender estas insanidades do mundo maternal. Nestas linhas quero mesmo abraçar as mães que como eu se perderam de si mesmas em algum momento e embora amem seus rebentos, sentem uma saudade enorme da tranqüilidade e desperdício de tempo que viveram antes deles. Não tenho como falar daqui pra frente, sou do tipo que não se arrisca muito para além do que conhece. Acho arrogância, sabe?! Mas em 19 meses de Theodoro posso só te dizer que a loucura toda, o equilíbrio de mil pecinhas, me fez melhor e se você olhar com carinho para toda esta zona que ficou a sua vida, vai conseguir enxergar isto também.

No fim do dia é aquele abraço carinhoso, aquele olhar de gratidão e devoção, aquelas mãozinhas que me afagam, os cachinhos dourados saltitantes na cabeça suada, o banho lúdico seguido de toque carinhoso, o abraço depois da historinha, o sono calmo na certeza de que me abraçará pela manhã e terá tudo o que precisa, pois eu estarei ali. É, talvez eu não tenha melhorado tanto, mas ao contrário disso tenha me tornado um pouco mais pedante, cheia de mim mesma. Culpa do meu filho que me faz acreditar, até agora, que sou importante demais para me perder de mim mesma. Que embora não seja boa de contas, sei quantos beijos exatos despertam as gargalhadas, embora não entenda de biologia, sei quais bactérias deixar ele comer junto com a terra molhada, mesmo não sabendo nada de física nuclear imito o melhor som de explosão para fazê-lo correr em delírio pela casa fugindo da mamãe que sempre o alcança e pune com bitocas na pança macia e reconfortante. Ele me faz acreditar que sou melhor, que sou a melhor. Sou mesmo, sou a melhor mãe do Theodoro e não deixo mais que ninguém tente me convencer do contrário. E você? Você é a melhor mãe do seu filho (ou filhos) e se ainda não se sente assim, experimente perguntar para si mesmo se alguém no mundo o ama mais que você.

Depois me conte a resposta, pois agora vou botar a comida no fogo, só me sobraram uns poucos minutos e ainda quero ir no banheiro em paz! sssssshhhhh

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20 comments

  • Flavia Aquino 15 de janeiro de 2019 at 18:05

    Fabio. Nem é o tema do post mas não sabia onde conseguir entrar em contato com vc.
    Vi um vídeo seu no YouTube acho que o Fábio mãe 2 que vc fala sobre não bater nos filhos e coloca q a vara q eh citada na bíblia tem outro significado. Juro q eu pesquisei mas não consegui achar nada explicando sobre. Vc poderia fazer um post ou vídeo sobre isso? Cresci crendo que o correto eh bater sim mas não espancar. Mas se existe uma outra visão cristã sobre o tema eu gostaria ao menos de conhecer. Obrigada

    Reply
  • Flavia Aquino 7 de janeiro de 2019 at 00:46

    abraço foi recebido com sucesso. No momento meu escape ou tempo pra mim mesma vai ser poder ler seus post. (Antes tinha tempo de ver os seus vídeos no YouTube mas com um bebê de 2 anos e outro de 12 dias isso já não me pertence mais)

    Obrigada por compartilhar um pouquinho da loucura que é ser mãe.

    Reply
  • Jeane Carneiro 4 de janeiro de 2019 at 21:28

    Amei o texto, quando engravidei queria encontrar coisas assim pra ler.
    Beijão Fa.

    Reply
  • Tamires 4 de janeiro de 2019 at 14:15

    Melhor texto para o dia de hoje. E claro que sou a melhor mãe do mundo para minha mimi.

    Reply
  • Lia 4 de janeiro de 2019 at 13:45

    Obrigada por voltar a muito mais que transmitir letras escritas em um blog. Feliz novo ano a você.

    Reply
  • Adri 4 de janeiro de 2019 at 12:46

    Ah, que belo texto.
    Cada dia aflora mais o desejo de sentir isso… as vezes parece ser desesperador, mas deve ser ótimo.

    Reply
  • Jessika Rafael 4 de janeiro de 2019 at 04:37

    Ah, que leitura gostosa apesar de não ser mãe. Mas lembrei da minha, e de fato ela é a minha melhor mãe

    Reply
  • Lucelma 4 de janeiro de 2019 at 03:53

    Ser mãe é padecer no paraíso 😍. Aqui estou, em uma solitária madrugada lendo esse maravilhoso texto enquanto o rebento amamenta.

    Reply
  • Simone 3 de janeiro de 2019 at 23:31

    Que palavras reconfortantes Fabi!
    Muito obrigada!

    Reply
  • Simone 3 de janeiro de 2019 at 23:28

    Que lindo Fabi! Reconfortante é ler seu texto!
    Muito obrigada!

    Reply
  • Aryanne 3 de janeiro de 2019 at 22:35

    Aí,aí,ler o q vc escreve é tão bom!!!!
    E sim, eu sou a melhor mãe do mundo!!!

    Reply
  • Lílian 3 de janeiro de 2019 at 20:49

    Precisava muito desse texto hoje. Obrigada por ser deixar ser usada como um lindo exemplo para nos mães reais.

    Reply
  • Mayrna 3 de janeiro de 2019 at 20:38

    Que excelente texto Fabi.
    Texto lindooo.
    Me senti abraçada lendo suas lindas palavras.
    A maternidade é isso.
    Um bj grande pra vc e um no príncipe.

    Reply
  • Rebeca 3 de janeiro de 2019 at 20:08

    Que realidade, a maternidade é maravilhosa, mais tem seus percausos. Me senti abraçada em seu texto Fabi.

    Reply
  • Ana Rizzia Fernandes 3 de janeiro de 2019 at 20:02

    Excelente texto Fabi. Sempre com seu dom de nos alimentar com suas palavras. Ainda não sou mãe, mas no memento atual da minha vida seria um presentão de Deus aumentar a família. Que Deus continue abençoando sua família linda e quem sabe Ele nao lhe da outro neném rsrs. Abraços

    Reply
  • Aluana 3 de janeiro de 2019 at 19:37

    Identifiquei-me em cada linha… Maravilhoso😍

    Reply
  • Fernanda Soares Gomes 3 de janeiro de 2019 at 18:59

    Ai, Fabi! A maternidade parece ser algo tão complexo, mas ao mesmo tempo tão sublime. Vc, com seu dia-a-dia, só me deixou com mais vontade de experimentar desse lindo amor. Que Deus continue te abençoando!
    Ps.: O Theodoro tá uma graça!!!!!

    Reply
  • Patricia Carvalho 3 de janeiro de 2019 at 18:59

    Bem assim aqui também.Tenho três presentes maravilhosos, 9 anos,5 anos e 11 meses. No meu caso, sempre amei escrever, meu sonho desde criança era escrever livros e hoje me dei conta q já esta fazendo 9 anos que parei de escrever,rsrsrsrsr. Sera que consigo resgatar esse sonho!? Amo meus filhos e sou mais feliz porque tenho eles. Sinto que sou a melhor mãe pra os meus filhos, eles são os meus amores.
    Parabéns pelo texto.

    Reply
  • Vanessa 3 de janeiro de 2019 at 18:46

    Texto lindo Fabi! Estou à espera do meu primeiro filho e muitas vezes bate aquele leve desespero de que “será que vou dar conta?” ” será que vou saber ser mãe?”. Acompanho muitas mulheres mães da internet e cada uma é muito diferente da outra e ao mesmo tempo parece que todas nós fazemos parte de um clube secreto. Beijo no Theodoro. E beijo pra vc!

    Reply
  • Veluzia 3 de janeiro de 2019 at 18:10

    Texto maravilhoso, estou eu aqui cuidando de dois com pouca diferença de idade as vezes parece que vou enlouquecer com um na adolescência da infância RS e outra descobrindo as coisas, esse texto me fez pensar se sou a melhor mãe do mundo msm quando perco a paciência com o mais velho mas tenho a certeza que eu sou a pessoa que mais amo eles me todo esse mundo.

    Reply

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