No livro lançado recentemente chamado Empty Planet (Planeta Vazio), dois jornalistas canadenses desmentem as estimativas da Organização das Nações Unidas (ONU) e afirmam que já nos próximos 40 anos o mundo verá um grande declínio populacional, e caminhará a passos largos para a extinção da raça humana; segundo eles, causados por fatores como menor religiosidade, o empoderamento feminino e o maior acesso à educação, o que faria com que as mulheres não desejassem a maternidade, mesmo em países onde grandes famílias são cultura. Embora isto obviamente influencie, diversos outros especialistas concordam com as estimativas numéricas dos autores, mas o crédito desse declínio na natalidade seria o aumento de casos de infertilidade.
Cerca de 20% dos casais enfrentam hoje problemas de infertilidade no mundo. Embora homens e mulheres inférteis sempre tenham existido e também a Bíblia mostra esses casos, as estatísticas provam o aumento nas ocorrências de dificuldades de gerar a cada ano, que seriam frutos do estilo de vida moderno, como hábitos alimentares e o adiamento da decisão de engravidar; mas há ainda casos de doenças, tratamentos e fatores genéticos que estão levando casais a uma busca custosa pelo sonho da maternidade/paternidade.
O investimento de alguns em busca de um filho às vezes compromete o futuro financeiro da família, com tratamentos que custam o mesmo que automóveis ou mesmo imóveis. Lidar com o “não” para algo que parece tão simples e natural pode ser devastador para o casal e, às vezes, ainda mais para a mulher. O estigma da incompetência, a culpa pelo adiamento e a dificuldade de acesso a tratamentos têm aumentado os casos de depressão. O diagnóstico é como um “não” para o futuro.
Nós, meu marido e eu, já nos encaixamos na estatística do difícil diagnóstico. Sei o preço (financeiro e emocional) que isto acarreta. Eu já falei sobre isso publicamente em minhas redes sociais e aqui no blog, contando um pouco de como foi o processo até a realização do nosso sonho. Está aí um Theodoro cheio de vida que mudou as nossas completamente.
Mas, o perigo desta batalha é desvalorizar o que se tem ou o que se é, supervalorizando o que falta: o filho. O resultado desta conta pode ser um futuro de amargura e dor. E se meu resultado fosse um “não” para sempre? Você deve estar se perguntando se eu diria a mesma coisa… A resposta é sim!
A conversa hoje é sobre o que eu aprendi durante o processo, o que aprendi conversando com gente que agora se sente à vontade para me contar o que está passando. Não é fácil abrir este assunto para o mundo. Dias atrás respondi à mensagem de uma amiga que estava muito triste com mais uma consulta daquelas que nos tiram o chão: “Eu já calcei os seus sapatos e sei como está se sentindo”, eu disse. Sei mesmo!
Mas, posso te afirmar que o tempo de espera e de lutar para a realização do sonho é o que deve nos moldar, e nos fazer alcançar o melhor de nós mesmos. Neste sentido, quando o filho vem, ele encontra mães (e pais também) muito melhores. E se, mesmo com todas as lutas o filho não veio, também estamos melhores, mais fortes.
Existem remédios e tratamentos cada vez mais eficientes que podem possibilitar a tão sonhada gravidez. De 1978 para cá, muitos bebês deixaram os tubos de ensaio direto para o útero de suas mães, outros óvulos foram fecundados com ajuda e algumas mulheres geraram fetos para as que não podem…
Entretanto, nem todos os casos podem ser resolvidos pela ciência, nós sabemos. E se o seu “não” for definitivo? Você já parou para pensar nisso? Todo o seu futuro não pode estar restrito à esta condição, à palavra infertilidade. Você é, antes de tudo, uma pessoa e gerar outro ser não é a única missão que tem nessa vida.
Enquanto ainda há esperança e forças, lute! Ser feliz hoje não significa abandonar o sonho, mas faça da dor a energia para melhorar sua vida hoje. O sonho não alcançado é somente um dos que você pode ter. Outros maiores e melhores virão, é a promessa! Contudo, se não é mais possível vencer este gigante, e é momento de parar de tentar, descubra a partir desse “não” os outros “sins” que Deus tem para você.
Mesmo que não consiga gerar, você pode melhorar!
Esse é um dos assuntos que abordo no meu novo livro Eu Posso! Como assumir o controle da própria vida.
Ah, como só de pensar nesse não definitivo é doloroso, estou a 2 anos tentando, sem muitos recursos financeiros para ir um pouco mais além, mas deixamos tudo nas mãos de Deus, se ele não permitir ele tb nos dará o consolo.
Fabi, obrigada por esse texto. Estamos nessa batalha a 3 anos… Mas sei que os planos de Deus são maiores que os nossos. O que temos nós baste, o que Ele quiser nos dar só acrescentrá na nossa felicidade (aprendi isso com vc). Que Deus continue te usando.
Por muito tempo o que me consumia era ter que “dizer não”, evitar aquilo que eu mais desejava: o segundo filho.. uma família grande sempre foi o nosso sonho! Devido a uma série de remédios e um lupus constantemente ativo era um risco enorme para mim e para um possível bebê. Chorei, orei, esperei… Não, o milagre não veio.. nao em forma de bebê, mas em forma de PAZ.
Meu marido sempre falou em adoção. Eu achava linda a idéia, mas nunca havia me apegado a ela até que em certo momento ela começou a “gritar” no meu peito. Orei a Deus para termos a certeza de que seria o caminho e a resposta veio EM DOIS DIAS. Fiquei com muito medo (apavorada, na verdade) então orei de novo e em novamente DOIS DIAS a resposta.
Hoje eu percebo que essa espera, esses 8 anos de aprendizado com filho único me ensinaram muito, me acalmaram, me fez uma profissional da educação emocional kkkkkkkk e me sinto pronta pra receber a criança que Deus escolher para nós. Que sejamos a família pra essa criança qie precisa de um lar.