Lei do mínimo esforço: um hábito prejudicial! Entenda

Começou uma tendência nociva na área profissional nos últimos anos, praticada principalmente pela Geração Z. Neste exemplo, estou falando da demissão silenciosa, um hábito negativo e que gera a lei do mínimo esforço.

 

O que significa lei do mínimo esforço?

A lei do mínimo esforço diz respeito à mentalidade de fazer somente o mínimo possível para se manter onde está, seja um trabalho, um relacionamento, um curso ou qualquer outro compromisso. É um hábito de pessoas preguiçosas, procrastinadoras e desinteressadas por tudo e todos.

 

São pessoas que fazem o mínimo possível e somente o que mandam simplesmente para se manter no trabalho, ao ponto do colaborador em questão ser considerado praticamente desnecessário e acabar sendo demitido uma hora ou outra. É aquela pessoa que pensa: “eu sou paga para regar a flor, somente isso, então se ela cair no chão eu vou pegar? Não! Eu não sou paga para recolher as plantas do chão, apenas regá-las, então é isso que vou fazer.”

 

É o mesmo tipo de pessoa que é paga para fazer um cafezinho e serve na xícara toda suja, porque não vai lavar nada. Esse tipo de atitude tem muito a ver com a filosofia de fazer o mínimo e nada mais que isso.

 

Efeitos da lei do mínimo esforço na família

Esse tipo de pensamento gera efeitos negativos na vida profissional e pessoal e acontece muito dentro das famílias. Existem pessoas que têm essa atitude em casa com o marido ou a esposa, com os filhos e até com os pais. Geralmente, é aquela pessoa que solta um: “bom, a minha parte eu fiz” quando o problema chega, como se nada do que estivesse acontecendo fosse preocupação dela. Você já passou por isso ou já disse essa famosa frase?

 

Eu estava conversando com uma pessoa que contou que estava cansada, porque sentia que dava tudo de si dentro do casamento, no cuidado dos filhos e da casa, ela tinha se doado inteira para a família, dado demais, e não sabia a hora de parar. Nós estávamos fazendo um curso juntas e uma das dinâmicas era fazer uma sessão de análise em dupla.

 

Ela complementou dizendo: “eu sinto que sou eu que dou mais, sou eu que entrega sempre o melhor.” Então, eu falei para ela: “mas pensa bem, quem se beneficia dessa entrega a mais? É a sua família?”

 

Eu sei que muitas leitoras agora estão me julgando ou pensando: “Fabi, mas tem que ter equilíbrio na vida, a gente não pode assumir tudo”. Se você pensou isso, tudo bem, porque faz sentido também, mas o ponto que eu quero refletir vai além.

 

Essa dedicação, quando se trata da família, não tem a ver com troca. No trabalho, a gente dedica nossas horas e conhecimentos em troca do salário. Você faz o que se comprometeu a fazer e no fim do mês recebe o valor do holerite na conta. Na família, não.

 

Muitas famílias acham que tudo deve ser igual, tim-tim por tim-tim, mas não é bem assim. Senão, imagina a bagunça que seria ter que calcular quantas horas cada um ficou cuidando das crianças, quem lavou a louça mais vezes ou quem levou o lixo da última vez. Acontece que esse tipo de situação familiar é o que causa essa sensação de exploração, como se todos da sua casa estivessem se aproveitando da sua bondade ou estivessem fazendo o mínimo necessário por você enquanto você entrega o máximo em tudo.

 

Isso é resultado de uma sociedade mesquinha, que pensa ser melhor do que tudo ou qualquer outra pessoa. Eu tenho três filhos, tenho marido, tenho meu trabalho, contas a pagar, casa para limpar, comida para fazer em seis dias da semana e muito mais. Se eu parar para pensar, vou começar a questionar meu marido por não cozinhar, por exemplo, e vou começar a questionar muitas outras coisas, como os meus filhos, o sentido de manter um lar ou as demandas do trabalho.

 

E assim, silenciosamente, vou começar a cultivar um desejo enorme de me demitir de todas essas funções. Se os outros não fizerem, eu também não vou fazer mais. Será que viver assim faz sentido?

 

A moça que estava comigo parou para pensar e respondeu: “É verdade, é para os meus filhos e para o meu marido, então vale a pena.” E, aqui, queridas leitoras, deixo uma observação: não estamos falando de uma situação anormal, em que a mulher realmente é explorada e precisa de ajuda, mas daquelas situações comuns do dia a dia que fazem com que a gente se esforce um pouco por aqueles que amamos. Estou falando daquele cuidado a mais com aqueles que moram com você.

 

Se você precisa fazer o jantar, faça algo gostoso e temperado, por mais simples que seja. Se precisa limpar a casa, deixe tudo perfumado e bonito. É como diz o meu verso preferido da Bíblia Sagrada, em Eclesiastes 9.10: “Tudo quanto te vier à mão para fazer, faze-o conforme as tuas forças, porque na sepultura, para onde tu vais, não há obra nem projeto, nem conhecimento, nem sabedoria alguma.”

 

Hábitos prejudiciais para a sua vida

Eu sempre falo para o pessoal que trabalha comigo que eles não trabalham para mim e eles ficam com aquela cara de quem diz: “ué, mas você que paga o nosso salário.” E sim, sou eu, mas o que eles fazem não é somente para mim, mas para eles também. A forma como trabalhamos reverbera em nossa área profissional, serve de aprendizado e diz qual é a nossa conduta e ética no mercado de trabalho.

 

Um bom funcionário recebe indicação, reconhecimento e tem maiores chances de sucesso. Um funcionário ruim, que pratica a lei do mínimo esforço, tem hábitos prejudiciais para a vida que afetam toda a carreira profissional. O mesmo vale para diversas áreas de nossas vidas.

 

Se a gente fica sempre com essa mentalidade do mínimo esforço ou de fazer somente o que é necessário, quando vamos dar o máximo? Quando faremos o nosso melhor? Uma pessoa assim nunca faz nada bem, pois pensa somente no mínimo para dizer que está cumprindo a obrigação. É o mínimo para se dizer uma boa profissional, esposa ou mãe.

 

E daí eu fico pensando como é que fica a autoestima de uma pessoa que vive dessa maneira. No mínimo, ela não consegue olhar para o espelho, encarar a si mesma e substituir “a minha parte eu fiz” por “eu dei o meu melhor”.

 

Todas nós temos a capacidade de dar o nosso melhor para nós mesmas, para a nossa família, para a nossa carreira e para Deus. Eu prefiro dar o meu melhor sempre e, assim, dizer a mim mesma todos os dias que eu dei o meu máximo, usei todas as minhas habilidades e toda a minha potência para ser uma pessoa boa. E, espero eu, que quando alguém olhar para mim de fora, pense: “uau, ela deu o melhor de si e fez o melhor que podia.”

 

O que espera que digam de você? Você tem orgulho de quem você é hoje? É um dia de cada vez e um crescimento a cada aprendizado que vai te tornar essa pessoa de quem você mesma quer ter orgulho. Às vezes a gente vai levando uma vida tão medíocre, tão no mínimo, tão no automático e isso não agrega em nada na nossa evolução pessoal.

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