O feminismo não é só uma ideia ou um conceito ingênuo, como muitos pensam. O que nos dizem é que nós mulheres devemos ser tratadas com respeito, igualdade e as mesmas oportunidades que os homens. Será que é só isso mesmo? Afinal, o que é conceito de feminismo e como isso impacta as nossas vidas?
Conceito de feminismo
Antes de começar qualquer debate de ideias, é essencial saber o pressuposto do discurso, ou seja, a raiz de onde ele vem e o que compõe a base dele. Afinal, toda narrativa possui uma intenção e um propósito. Nesse caso, eu diria que é ainda mais essencial saber a respeito, pois o feminismo tem moldado a nossa sociedade nas últimas décadas e mudado o comportamento das pessoas.
Meu primeiro contato com o feminismo começou na adolescência, quando comecei a ler livros a respeito do tema e me dei conta de que gostava do que diziam neles. É claro que eu queria ter liberdade para ser ou fazer o que eu bem entendesse, conseguir o emprego dos sonhos, ganhar bem e crescer na carreira, viajar de montão e por aí vai. O discurso parecia incrível para mim, uma garota sonhadora.
Esse pensamento foi moldando toda a minha vida e, apesar de ser cristã, por um tempo eu também me considerei feminista, ou pelo menos simpatizante com a causa. Era tão nítido isso que os meus primeiros anos de casada foram difíceis e eu me dei conta de onde vinha o problema: eu estava competindo com o meu marido. Isso mesmo, o discurso feminista era tão intenso em minha mente que eu acreditava que devia lutar contra todos os homens, inclusive o meu marido.
Até eu cair na real foi um longo processo. Pode ser que algumas de vocês lembrem de um vídeo meu sobre o assunto, talvez tenham me conhecido a partir dele, gravado há uns nove anos, no qual eu dava a minha opinião. Na época, isso gerou bastante discussão e uma onda de ódio, incluindo comentários violentos e até pessoas discutindo entre si nos comentários. Decidi apagar, pois esse tema é sensível para muita gente e, em geral, causa muita briga.
O que é feminismo?
Resumidamente, o feminismo é um movimento que defende a existência de uma desigualdade social e econômica entre as mulheres e os homens e, por isso, luta a favor de uma mudança que anule essas desvantagens a partir de políticas públicas e ações afirmativas. Acontece que essa é a ideia geral, porém o feminismo é dividido entre diversas vertentes que, inclusive, divergem em muitas coisas, apesar de todas se considerarem feministas.
O conceito de feminismo começou no século XVIII, a partir de William Goodwin (isso mesmo, um homem!), a partir do que é conhecido como Protofeminismo, e depois passou por diversas fases: 1ª Onda, no século XIX; 2ª Onda, no século XX; e a 3ª Onda, nos séculos XX e XXI. Há teóricos que acreditam já estarmos vivendo a 4ª Onda do movimento.
O feminismo surgiu a partir de pensamentos que flertam com teorias comunistas, que defendem a abolição da religião, e têm o foco de acabar com a monogamia e o casamento e oferecer liberdade sexual às mulheres. Ao longo da história, muita coisa aconteceu e muitos teóricos participaram do debate, como Mary Wollstonecraft, Elizabeth Stanton, Lucretia Mott, Susan Anthony, Grace Goodwin, Naomi Parker, Simone de Beauvoir, Betty Friedan, Margaret Sanger, Judith Butler e mais.
Liberdade sexual: um direito de todos?
Uma das coisas que começaram a me afetar foi isso, essa tal “liberdade sexual”, propagada como se fosse algo simples, uma opção de amar quem quiser, como quiser e pronto. Isso vai contra o que a Bíblia Sagrada prega para mim a respeito de pureza, castidade, do sexo como um reduto de união e identidade num relacionamento. O corpo não é só meu e as regras não são minhas!
Essa tal de “liberdade sexual” vem sempre aliada a outro assunto delicado: o aborto. À medida que a sociedade abre margem para o sexo casual e desenfreado, ela abre espaço para o aborto de gravidezes indesejadas ou sem nenhum tipo planejamento e estrutura. Eu comecei a repensar a minha condição com o feminino quando meu filho nasceu.
Eu olhei para aquele homem em potencial e pensei: “Como é que eu vou fazer essa criança entender que eu, como mãe, e qualquer outra mulher somos dignas?” E ali, ao me deparar com a possibilidade de ensinar um homem, eu vi o quão grandioso era o meu papel na sociedade e que, diferente do que as teóricas do feminismo pregam, a maternidade nos oferece um potencial de transformar aquele ser humano em algo bom, que respeite homens e mulheres, que entende que toda e qualquer criatura é digno de respeito e proteção.
Afinal, feminismo, família e religião caminham juntos?
Então, a quem eu sirvo? Qual é a minha filosofia de vida? Qual é a minha cosmovisão? Olha, esse discurso todo até parece legal, mas não dá para a gente descartar o que é ruim e ficar só com a parte bonita. Se nós olharmos para a história da maioria das teóricas do feminismo, ou dos teóricos homens, ouviremos diversas histórias de abuso sexual, violência e abandono.
Simone de Beauvoir, por exemplo, que é mais aclamada pelo público geral, morreu frustrada porque não se casou com Sartre, o homem que amava, e que a tratava com descaso, vivia levando menininhas da universidade para a sua casa em defesa dessa tal de “liberdade sexual”. Em uma de suas últimas cartas, Beauvoir falou que trocaria tudo, todo o prestígio que tinha ganhado ao longo da carreira, para viver um amor convencional do homem que desejou a vida inteira.
Então, não, não é possível que o feminismo, a família e a religião caminhem juntos. Nós não precisamos ser feministas, mas também não precisamos ser antifeministas, devemos apenas seguir o nosso Senhor e a verdade na qual acreditamos. Eu prefiro viver com a pureza do cristianismo, cumprir a minha missão como mulher, amar e respeitar a todos, sem distinção, pois todos somos criados à imagem e semelhança do Criador. Por isso, eu respeito e peço respeito! Não se trata de uma ideologia, mas de uma cosmovisão.