Puerpério: como lidar com seu corpo nesta fase?

E se eu te contar que surtei durante o meu puerpério? Hoje damos risada ao lembrar, mas lidar com esse período, para mim, principalmente na primeira gestação, não foi nada fácil. O corpo da mulher passa por diversas mudanças, sofre com a privação de sono, sente medo do futuro e se depara com infinitos desafios da maternidade. Então, vamos papear um pouco sobre o assunto!

 

O que é puerpério?

O puerpério é uma fase que o organismo de toda mulher passa após o parto, no qual o corpo sofre diversas mudanças hormonais que visam regularizar a produção dos hormônios afetados pela gravidez. Esse período inicia-se com a saída da placenta até o ressurgimento da primeira ovulação e menstruação. 

 

A duração pode variar em cada caso, pois a amamentação tem forte influência nesse processo, mas, em geral, varia de 45 a 60 dias pós-parto, porque é um tempo considerado suficiente para que todos os órgãos, com exceção das mamas, é claro, retornem aos seus estados originais.

 

Como lidar com a fase de puerpério?

O meu primeiro puerpério foi mais complicado. Tudo era novidade e as minhas emoções estavam à flor da pele. Além disso, o pós-parto do Theodoro teve muitas surpresas para uma mãe de primeira viagem. Eram noites sem dormir, cobranças intensas, dores no corpo inteiro (mil dores, mamma mia!). Isso tudo aliado ao meu psicológico, que não estava muito bem preparado, fez com que eu não lidasse tão bem com a situação.

 

Veja só, nós estamos falando do que se chama de puerpério, que são as primeiras semanas, logo depois do nascimento do bebê. O puerpério é marcado por uma oscilação hormonal muito grande. É, literalmente, uma queda hormonal, sabe? Uma avalanche de hormônios aliada ao início da amamentação.

 

A rotina materna acaba sendo, basicamente, um ciclo infinito em que o bebezinho “dorme e acorda, dorme e acorda, dorme e acorda”. Às mamães, no caso, só resta estar acordada mesmo. E isso, para quem fez cesária, junto com os cortes em camadas profundas. Não é por menos que tudo isso faça com que o nosso humor se altere muito, a nossa dinâmica e a normalidade da nossa vida. Tem pessoas que encaram isso de boa, mas não foi o meu caso.

 

Eu dei uma surtada, pirei com muitas coisas e, realmente, não esperava que ter um filho fosse tão difícil. Não quero dizer que cuidar de um recém-nascido seja difícil ou um fardo, mas tem sim suas dificuldades. Os meus maiores problemas eram a falta de sono, a opinião alheia e as cobranças das pessoas. Durante esse período, inclusive, tive Baby Blues, que é uma instabilidade emocional passageira, desencadeada pela regulação hormonal e volta à rotina. Eu chorava de repente e sem motivo aparente.

 

Por que eu estou começando o texto dizendo tudo isso? Justamente para você compreender que não tem uma única forma de lidar com o puerpério, porque somos únicas e cada corpo funciona de uma maneira. Se você está passando por essa fase e não se sente bem, não se cobre tanto e entenda que não depende só de você, mas dos seus hormônios também. Vai passar!

 

Minha segunda gravidez

Eu tinha muito medo de sofrer tudo de novo após a segunda gravidez. Então o que eu fiz para lidar com o puerpério de uma maneira melhor? Simples, eu me preparei mentalmente para ter uma experiência mais leve. Não adianta ter um plano irreal da maternidade, tenha os pés no chão e entenda que nem tudo vai ser perfeito.

 

Você vai dormir menos, as crianças vão chorar, ter cólica, recusar o peito de vez em quando, mas também vão te trazer muita felicidade e, melhor, com carinho e amor vão crescer bem. A idealização de uma maternidade cheia de filtros, como se tudo fosse perfeito, só gera frustração e angústias para nós, nossos filhos e nossa família. Não caia nessa ideia e entenda que você não é a única com dificuldades nessa fase.

 

Para provar que tudo pode ser mais tranquilo, trouxe o relato da minha mãe e do meu marido:

 

“Quando a Fabi engravidou pela segunda vez, eu já fiquei com um certo medo, porque da primeira vez ela estava muito estressada. O pós-parto do Theo foi estressante. Então, já vim a segunda vez com medo de ser igual, mas a minha filha estava completamente tranquila, uma paz. Para ela, tinha jeito certo de fazer tudo e ela dizia ser a única que sabia como fazer. Só ela sabia dar banho, dar de mamar, colocar para arrotar… a gente mal podia tentar ajudar. Mas o segundo puerpério foi bem melhor. Acho que a expectativa estava tão alta da primeira vez, fora da realidade materna, que deixou tudo mais complicado. Dessa vez, não, ela já tinha experiência e calma para entender que tudo ia funcionar bem com as bebês.” – Dona Dalva

 

“Foi desafiador cuidar da Fabi no primeiro puerpério, porque a gente precisava ficar buscando coisas que deixariam ela motivada e tendo ideia para não deixá-la desanimada ou mal. Ficávamos pensando em formas de dar uma folga para ela e mais conforto. Já o segundo puerpério foi mais tranquilo.” – Rodrigo Bertotti

 

Prepare a sua mente para essa nova fase!

Eu me preparei muito intelectualmente para reviver essa fase. Li muitos livros, não só de gravidez, mas de várias áreas do conhecimento, para entender como a mente e o corpo humano funcionam. Antes, eu me via como um par de peitos que não podia se ausentar daquela criança. A rotina era dar comida, dar banho e brincar. Na segunda vez, eu já estava mais experiente e havia entendido que ter um tempo para mim era extremamente importante.

 

Para uma mãe, ter pelo menos duas horinhas para ela, é essencial para manter a mente sã. Senão, essa mãe vai observar todo mundo seguindo a vida normal, o marido indo trabalhar, os amigos perguntando porque ela não foi à igreja, o pessoal do trabalho perguntando quando ela volta, e isso vai trazendo uma angústia e uma sensação de atraso de vida. Cair nessa comparação é um erro que pode te fazer muito mal.

 

Então, mamãe, para lidar com o puerpério aprenda uma lição simples: não se cobre em excesso, se não deu certo hoje, amanhã pode ser melhor! Peça ajuda das pessoas que amam você e entenda que esse momento vai passar. É uma fase cansativa, mas logo os hormônios se ajeitam e o maternar fica mais prazeroso.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Caso queira garantir o topo da nossa lista de espera, preencha abaixo, que em breve entraremos em contato com você.

Preencha os dados abaixo para participar gratuitamente