Rotina é sempre controversa, pois há aqueles que amam e aqueles que odeiam. Quando é conectada com a rotina materna, então, a situação toma uma proporção completamente diferente, pois além das mudanças hormonais, traz para a mulher um desgaste emocional e físico constante.
Ter rotina pode ser prazeroso!
Estamos sempre buscando por propósito e na maternidade não é diferente. Como ser mãe sem se afogar no lado desgastante da maternidade? Como manter a constância? Como ser uma boa mãe?
Não existe uma receita específica para nenhuma dessas questões, apenas teorias que podem nos auxiliar, além da prática de tentativa e erro. O fato é que ser mãe não é um trabalho simples, mas pode ser mais leve. Então, hoje vamos olhar além e refletir sobre rotina, disciplina e unidade. Vou lhe contar o que eu estou fazendo.
Durante a pandemia, todos estávamos à flor da pele, ansiosos e preocupados e, somado a isso e toda a dinâmica familiar, eu também tinha muito trabalho para entregar.
Eu precisava de ajuda com as crianças, senão não daria conta. A minha irmã veio para dar esse suporte e lá pelo quinto ou sexto dia em casa, ela comentou: “nossa, isso tudo é muito cansativo, sua vida é muito exaustiva”, referindo-se à rotina de quem cuida dos pequeninos e da casa.
Eram mais ou menos umas 23h, eu estava toda produzida, maquiada e plena gravando vídeo. Na maioria das vezes nem dormia durante a noite, porque a Tatá tinha muito pesadelo nessa época eu eu tinha que dar atenção para ela. Foi então que a minha irmã complementou a observação dela: “Mas sabe por que é cansativo? Porque você decide fazer desse jeito, pois se deixasse na televisão ou colocasse em uma escola como todo mundo…”
Eu logo comecei a rir, pois já previa onde o assunto iria levar. Ela mesma caiu na risada, pois entende o modelo de educação que escolhemos seguir, um ensino mais atento, consciente e positivo, tendo em vista que o pai e eu somos os guias. Além disso, desde a nossa trajetória até a gravidez, nosso desejo sempre foi criar indivíduos emocionalmente saudáveis e preparados para o céu.
Se você não acredita em Deus, tudo bem, estou apenas contando a minha realidade. Como mulher cristã, acredito que Deus está para voltar e, mesmo que demore mais mil anos, eu não sei o dia, a hora nem o lugar, então quero estar pronta e vivendo de acordo com o que acredito. Afinal, o que significa essa minha crença, essa visão de mundo? Esses valores servem de guia para a minha vida. E olha que não cresci em lar Adventista, na verdade, cresci num lar dividido.
Como lidar com a rotina materna?
Então, como exemplifiquei a partir da história com a minha irmã, eu procuro usar a linguagem dos meus filhos para que eles me compreendam bem, por isso brinco, passo bastante tempo com eles e faço diversas atividades interativas. Educar os filhos dessa forma tem um custo.
A gente se cansa muito e tem pouco tempo para nós mesmos, porque principalmente esses primeiros anos de formação da criança exigem uma dedicação redobrada. É por esse motivo que ter disciplina e rotina é extremamente importante.
1. Defina a rotina da casa
Eles têm horário para comer, brincar, dormir, tomar banho e para qualquer outra atividade do dia, porém nem percebem, porque fazemos de um jeito que seja divertido e leve. Faço isso, pois já li bastante sobre o assunto e diversas pesquisas e revistas científicas indicam que a previsibilidade faz com que a criança seja mais tranquila, emocionalmente estável e, ainda que não tenha noção das horas, sabe, por exemplo, que depois da comida vai trocar a fralda, e que depois disso é hora de brincar e daí por diante.
Aceitar e colocar isso em prática foi difícil para mim, porque eu sempre fui uma mulher que gostava de não ter rotina, de manter uma vida incerta e de viajar cada hora para um lugar. Só que eu era a adulta com a responsabilidade de formar meus filhos e, para isso, precisava aprender a lidar com a rotina.
A criança não tem que ter liberdade mais do que ela possa ter responsabilidade. Meus filhos não têm permissão de escolha além daquilo com que eles possam lidar com a sequência. Por exemplo, eles têm como lidar com a consequência de não dormir ou não comer? Não! Por isso ofereço escolhas limitadas, como escolher usar o pijama verde ou amarelo depois do banho, mas não a opção de não tomar banho.
2. Estimule a disciplina
Disciplina, que é outro ponto importante, diz respeito às regras da casa. As crianças sabem quais são os limites, mas mesmo assim vão obedecer, pois é da natureza delas ficar testando os limites a todo tempo.
Por exemplo, eles sabem que não podem subir na mesa, mas certo dia você pode encontrá-los brincando justamente nesse lugar. Eles querem subir na mesa? Sim. Eles querem subir na mesa e a gente vai deixar de vez em quando? Não! A gente não vai deixar nunca, porque existe a regra de não subir e esse é o limite estabelecido.
É uma lei que foi dada a todos, então a disciplina tem que vir com essas leis claras que as crianças possam cumprir. Eu não vou dar regras nem ordens, mas também não vou aceitar desobediência. O papai e a mamãe são autoridade máxima!
3. Mantenha a unidade entre marido e mulher
Se você é casada, existe um terceiro ponto que é importante: ter unidade com seu parceiro. Vocês precisam estar sempre alinhados sobre a rotina da casa e a disciplina que deve ser seguida.
Discordar de um ponto ou outro é normal, porém o ponto-chave é sempre conversar para entrar num consenso e nunca na frente na criança. Se papai disse não, a mamãe também precisa dizer não e por aí vai. Essa unidade de autoridade faz com que a criança entenda exatamente qual é o lugar dela na casa, que deve ser o de obediência.
4. Estude sobre educação
O último ponto da nossa conversa de hoje é a importância de estudar sobre educação, pesquisar sobre infância, aprender mais sobre cada etapa que o seu filho está passando e observar as informações que ele mesmo está oferecendo a você. Somente com estudo poderei entender o que acontece no cérebro do meu filho, o que ele precisa e o que é bom aplicar em determinadas situações.
Entenda uma coisa: é preciso ter um propósito de vida para a sua vida doméstica! Por que você faz o que faz? Qual é a importância do seu papel na família? Eu já parei algumas vezes de trabalhar para cuidar apenas do lar e sei que, em alguns momentos, podemos achar que não estamos evoluindo, trabalhando fora ou fazendo algo realmente grandioso. Contudo, reflita, sua família é o bem mais precioso que você tem, então cuide dela! Não se limite intelectualmente só porque está fora do mercado de trabalho, continue estudando e se aperfeiçoando.